Wednesday, May 22, 2013

Berlin - Germany

--Há uma versão em português logo abaixo--


When I first started to plan the route of this trip, Berlin was not included. I would travel through Germany but only in the south, on my way to Italy. However things started to change when some friends told me about their visit to Berlin. As someone who really likes history I did not need to hear much before I had decided I'd go to Berlin. Firstly because it would only add a few weeks to my trip and secondly because it's a once in a life time experience.

Now I'm so glad that I made the change. Visiting Berlin is something I'll always remember with fond memories.

The city has not the glamour of Paris nor the charm of Amsterdam, but it's a city with strong personality and of course, historical traits everywhere.

From Wustermark it was less than 40 kilometers to Berlin, so I left just after noon and got to Berlin before evening.

My first impression of the city was that it's far bigger than Amsterdam and people ride their bicycles in much more of a hurry. Due to the fact that the bike paths are not always wide enough, and there were some people trying to pass me as fast as they could, I fell off again within hours of first riding in the city (as you can see I have a problem with first days). Fortunately it was nothing serious, and it didn’t do any damage or sustain any injuries.

I slept 5 nights in Berlin, 2 in the west side and 3 in the east. In the west side my host was a nice lady, that had lived in east Berlin during the Soviet occupation. She had always a good story to tell, especially if it was about what I was most interested in hearing: the wall, and life in the east side.

The day I arrived we went to eat some pizza with her ex-son in law, who had come to the city from Wales to visit his daughter.The following day I went to visit her other son in law,  a Brazilian fellow who has lived in Germany for more than 20 years. I went with him and his wife to see the Berlin Carnival of Cultures. I was expecting a big party but it was raining and so it was a bit of a disappointment.

The day after I had my best experience in Berlin:  a guided walking tour that lasted 4 hours. At first I thought that it would be tiring and boring but not at all; the 4 hours, with a pause for lunch in the middle, went by in a flash.

I can only say that that was the best and most amazing history lesson I've had in my life. The tour started in the Alte Nationalgalerie (Old National Gallery), talking about how Berlin came from being a provincial town to a imperial capital almost overnight.

Walking through the most important places in the city we had a chronological view of the history of Berlin, with the large part being dedicated to the wars and the Soviet occupation.

The three more impressive places we went to were the place that once was Hitler’s underground bunker where he committed suicide (today an outdoor parking), the Berlin Wall, that during the cold war split the city in two, and the Memorial to the murdered Jews of Europe.

I think that in four hours I learned more about Berlin and Germany than I had in my entire life, and understood things that I have never been able to understand before, especially about the division of Germany and the division of Berlin, and many other details that only in a circumstance like this I was able to hear about.

The next day I went to my other big deal in the city: seeing Nefertiti, the Egyptian queen. A 3.300 year old bust that is the “Mona Lisa” of Neues Museum. Her name means “the beautiful one has arrived”, and I must say, for a 3.300-year-old lady she’s really in good shape.

Even though I was pleased to be able to contemplate such piece of art, and enjoyed every minute I spent around the bust (it’s surrounded by a glass protection) I’m a strong supporter of the Egyptian cause, that for many years has been trying to get it returned back to Egypt.

I understand that not only Germany, but many other countries have “legally” acquired thousands of pieces that were discovered in the past centuries in excavations led by private dealers, however it doesn't change the fact that those are millenarian treasures that belong to Egypt.

But I was very glad to have had the opportunity to see the beautiful queen, as well as having had a great time in Berlin.

Yesterday I took the day to relax and to do some boring stuff related to my trip, such as sorting out numbers, routes and things like that. But definitely no walking or cycling - I still have some pain in my legs due to the fact that I started out too hard in my first days. I cycled here from Amsterdam too fast, and the 4 hours walking didn't do anything to improve the situation.  So I will take more time to reach my next stop.

Until now my bike has been heading east. Today (22/05) I’m leaving Berlin, my map changes direction and I travel only due south.

So  let’s kill some more miles..









Berlin - Alemanha

Quando comecei planejar a rota dessa viagem, Berlin não estava incluída. Eu passaria pela Alemanha, mas apenas no Sul, a caminho da Itália. No entanto, as coisas começaram a mudar quando alguns amigos me contaram sobre sua visita a Berlin. Como alguém que realmente gosta de história, não foi necessário ouvir muito para decidir que eu iria a Berlin. Primeiro porque iria adicionar apenas algumas semanas a minha viagem, e segundo porque é uma experiencia para toda vida.

Hoje digo que estou muito feliz por tal mudança. Ter visitado Berlin é algo que lembrarei sempre como uma boa experiência.

A cidade não tem o glamour de Paris ou o charme de Amsterdam, mas é uma cidade com personalidade forte, e é claro, traços de história em todo lugar.

De Wustermark até Berlin eram menos de 40 km, então saí depois do meio dia e cheguei a Berlin ainda à tarde.

Minha primeira impressão da cidade foi de que é muito maior que Amsterdam e as pessoas andam em suas bicicletas muito mais apressadas. Acho que por conta das pistas de bicicleta não serem largas o suficiente e haver algumas pessoas tentando me ultrapassar, o mais rápido que pudessem, eu consegui levar um tombo nas minhas primeiras horas pedalando pela cidade (como vocês podem ver, eu tenho um problema com primeiros dias). Felizmente nada sério e sem nenhum dano.

Dormi 5 noites em Berlin, duas no lado ocidental e 3 no lado oriental. No lado Ocidental minha anfitriã foi uma simpática senhora, que morou em Berlin Oriental durante a ocupação Soviética. Ela sempre tinha algo de interessante para contar, especialmente quando era algo relacionado ao que eu estava mais interessado em ouvir: o muro e a vida no lado oriental.

No dia em que cheguei, fomos comer pizza com seu ex-genro, que veio do País de Gales visitar a filha na cidade. E no dia seguinte fui visitar seu outro genro, um brasileiro que vive há mais de 20 anos na Alemanha. Com ele e sua esposa fui conferir o Carnaval das Culturas em Berlin. Estava esperando encontrar uma grande festa, mas estava chovendo e por conta disso foi um pouco frustrante.

No dia seguinte tive minha melhor experiência em Berlin: um tour guiado, caminhado, que durou 4 horas. A principio pensei que seria cansativo e chato, mas nada disso, as 4 horas, com pausa para o almoço no meio, passaram voando.

Só posso dizer que esta foi a melhor e mais fantástica aula de História que tive na vida. O tour começou na Alte Nationalgalerie (Antiga Galeria Nacional) dizendo como Berlin, quase da noite pro dia, veio de ser uma cidade provinciana a uma capital imperial.

Andando pelos locais mais importantes da cidade, tivemos uma vista cronológica da história de Berlin, com a maior parte do tempo sendo dedicado às guerras e à ocupação Soviética.

Os três lugares mais impressionantes em que estivemos foram o local onde era o bunker subterrâneo do Hittler, onde ele cometeu suicídio (hoje um estacionamento residencial), o muro de Berlin que, durante a guerra fria, separou a cidade em duas, e o Memorial aos Judeus Mortos da Europa.

Acho que em 4 horas aprendi mais sobre a Alemanha e Berlin do que em toda minha vida, e entendi coisas que nunca tinha conseguido entender antes, especialmente sobre a divisão da Alemanha e a divisão de Berlin, e muitos outros detalhes, que apenas em circunstâncias como essas pude ouvir a respeito.

No dia seguinte fui ao meu outro grande compromisso na cidade: ver Nefertiti, a rainha egípcia. Um busto de 3.300 anos que é a “Mona Lisa” do museu Neues. Seu nome significa “A mais bela chegou”, e eu preciso dizer que para uma senhora de 3.300 anos, ela está realmente em boa forma.

Embora eu estivesse realizado em poder contemplar tal obra prima, e aproveitei cada minuto que passei ao redor do busto (é cercado por um vidro de proteção) sou um forte apoiador da causa egípcia, que por muitos anos tem tentado tê-la devolvida ao Egito.

Entendo que não apenas a Alemanha, mas muitos outros países, adquiriram “legalmente” milhares de peças que foram descobertas nos últimos séculos, em escavações patrocinadas por mercadores privados, no entanto isso não muda o fato de que esses são tesouros milenares que pertencem ao Egito.

Mas fiquei muito contente de ter tido a oportunidade de ver a bela rainha, assim como ter aproveitado meu tempo em Berlin.

Ontem tirei o dia para relaxar e tratar de algumas coisas chatas da viagem, como números, rotas e coisas do tipo. Mas definitivamente, nada de pedaladas ou caminhadas. Ainda sinto um pouco de dor nas pernas pelo fato de ter começado de forma muito dura meus primeiros dias. Pedalei de Amsterdam até aqui muito rápido, e as 4 horas de caminhada não fizeram nada pra melhorar a situação. Então agora alcançarei minha próxima parada em um pouco mais de tempo.

Até agora minha bicicleta se encaminhava sempre pro leste, hoje (22/05) estou deixando Berlin, meu mapa muda de direção e viajo apenas pro sul.

Então se embora queimar mais umas milhas..

Friday, May 17, 2013

Wustermark - Germany


--Há uma versão em português logo abaixo--


Even though I've been dreaming about this trip for a long time, the preparation didn't match the enthusiasm. As a person who isn't that organised I left a lot of things to be done in the last weeks, days, and hours, and I paid a price for that.

The days that preceded my departure were very busy, full of tension, and with a mix of feelings: the sadness of saying goodbye to a lot of nice people who were part of my life in Holland for such a long time, the uncertainty of this kind of trip, and things that in the end didn't go as planned.

However on Wednesday, May the 8th, the big day had arrived and it was time to forget the troubles and just jump into my dream.

I woke up at 04:00 am, at 05:40 I boarded my train from Purmerend to Amsterdam. I got to Amsterdam at 06:15 and rode about 10 minutes from Central Station to Vondelpark. At Vondelpark I reset my odometer and officially began my trip, went back to Central Station, updated my Facebook and this blog, and 08:45 I was leaving Amsterdam.

The feeling was amazing, I was so happy and I couldn't believe that after so long it was really happening. Around Purmerend I realized that the landscape that had become so familiar, was now a special part of my trip. I yelled out, celebrating that moment, and a man who was walking his dog turned back to see what that act of craziness was. When I passed him on my bike I just said: "It's my first day!" The man then laughed.

The weather really helped. There was almost no sun, no rain at all, and the wind was on my back the whole time.

It was a smooth ride until Den Oever, the town where I stayed my first night (at a Bed and Breakfast). The only problems I had were a result of my own stupidity. The first one was that I was able to break my bike on the first day of the trip (Yes, on the first day!!!!) I was on a very quiet road without any cars, and started to check extra information on my GPS. Suddenly I felt the hard impact of hitting something. Something that was just in front of me (Yes, just in front of me!!!!!).

At first I though everything was OK, but later in Den Oever I realized that the area that joins the handlebars and the front wheel was damaged. And the second problem was I had forgotten the power cable for my laptop.

The next day was a Holiday in Holland so I wasn't able to find any bike shop that was open. I decided to cycle to Groningen anyway, where I would definitely be able to repair my bike or even find parts for the bike if it was necessary.

So I crossed the Afsluitdijk dike with the kind help of the wind. It was very different from last year when I was going to Harlingen and had to face a big storm during my crossing, not being able to cycle faster than 7km/h, crossing the dike, which in normal conditions you can do in 1 or 1.5 hours, took me 4 or 5 hours. But this time everything was fine.


Even with my bike being broken I was able to ride about 120 Km and camp near Groningen. The day after I solved all my problems: I got my bike repaired (they repaired it but charged me only a screw: €3) bought a new power cable to my computer and by 12:30 I was heading to Germany.

I crossed the border around 17:00, and before crossing my GPS ran out of battery so I didn't know exactly if I was still in Holland or already in Germany. I am sure that on the road  there is some sign indicating the border, but the bike path was separated from the cars by farms, so I couldn't see one and because it's a rural area it was difficult to know.

I knew that I was no longer in Holland when I started asking for directions and wasn't able to find anyone who spoke English, so I had to stop in a cafe, recharge my GPS and ride to Leer, where I slept my first night in Germany.

In Leer my host was Markus, a CouchSurfing member that welcomed me into his apartment for the night. By the way, I find the CouchSurfing project amazing and I'll be using it during my trip as much as I can. (If you don't know what CouchSurfing is click here)

The next day I rode from Leer to a village called Wüsting, part of Oldenburg, where I stayed with another new friend from couch surfing during the weekend. Then I rode to Rotenburg, where I slept a night in a huge vila belonging to some nice guys. I got to Uelzen without a place to sleep, the person who was going to be my host had to cancel, I was just to tired to camp but that was looking like the only option, was it not for the kind hearted people from a big Lutheran Church in downtown, who provided me a room for the night.

Today I'm sleeping in a village called Wustermark, at a very nice couple's apartment. I'm the first CouchSurfing guest to come by. They said they were surprised when I sent the request, because it's a small village and not very far from Berlin. The guy has lived in Brazil and still speaks some Portuguese. They have a wonderful TV, the biggest and best TV I've ever seen, yesterday we went to bed at 02:30, after a lot of talking and playing with the TV.

So far I can only say that I'm happy, excited, and looking forward to what is ahead.

Ok guys, this is it for now, take care and I see you soon..


   


Wustermark - Alemanha


Embora eu estivesse sonhando com essa viagem há um bom tempo, a preparação não seguiu o entusiasmo. Como uma pessoa não muito organizada, deixei muitas coisas a serem feitas nas últimas semanas, dias e horas e paguei um preço por isso.

Os dias que precederam minha partida foram de correria, cheios de tensão e com uma mistura de sentimentos: tristeza pelas despedidas das pessoas que fizeram parte da minha vida na Holanda durante tanto tempo, as incertezas de uma viagem como essa e coisas que, na última hora, não saíram como planejadas.

No entanto, na quarta-feira, dia 08 de maio, o grande dia tinha chegado e era hora de esquecer os problemas e saltar rumo ao meu sonho.

Acordei às 04:00 da manhã, às 05:40 peguei o trem de Purmerend para Amsterdam. Cheguei a Amsterdam às 06:15 e levei uns 10 minutos da estação central até o parque Vondelpark. No Vondelpark, zerei meu odômetro e oficialmente iniciei a viagem. Voltei até a central, atualizei meu Facebook e esse blog e, às 08:45 eu estava deixando Amsterdam.

O sentimento era fantástico. Eu estava tão feliz e quase não acreditava que após tanto tempo isso estava mesmo acontecendo. Perto da área de Purmerend percebi que a paisagem, que havia se tornado algo tão normal, era agora uma especial parte de minha viagem. Dei um baita de um grito, celebrando aquele momento e um homem que passeava com o cachorro olhou pra trás para ver o que era aquele ato de loucura. Quando passei por ele apenas disse: "É o meu primeiro dia", o homem riu.

O tempo realmente ajudou. Não havia quase sol, nenhuma chuva e o vento estava a favor o tempo todo.

Foi uma pedalada tranquila até Den Oever, a cidade onde passei minha primeira noite (num Bed and Breakfast). Os únicos problemas que tive foram frutos de minha própria estupidez. O primeiro foi que eu consegui quebrar minha bicicleta no primeiro dia da viagem (sim, no primeiro dia!!!!)

Eu estava numa estrada bem tranquila sem nenhum carro, então comecei a checar informações extras no meu GPS. De repente senti o bruto impacto da colisão. Algo que estava justo na minha frente (Sim, na minha frente!!!!!)

A principio pensei que estava tudo bem, mas depois em Den Oever percebi que a área que une o guidão e a roda dianteira estava danificada. E o segundo problema foi eu ter esquecido o cabo do laptop.

O dia seguinte era feriado na Holanda, então não poderia encontrar nenhuma loja de bicicleta aberta. De qualquer forma decidi pedalar até Groningen, a maior cidade da região, onde, no dia seguinte, poderia arrumar a bicicleta ou até encontrar peças, se fosse necessário.

Cruzei o dique Afsluitdijk com a gentil ajuda do vento. Bem diferente do ano passado, quando estava indo pra Harlingen e tive que enfrentar um grande temporal durante minha travessia, não conseguindo pedalar mais do que 7 km/h, e a travessia, que geralmente dura 1 hora ou 1 hora e meia, levou 4 ou 5 horas. Mas desta vez tudo na paz.

E mesmo com minha bicicleta quebrada consegui pedalar em torno de 120 km e acampar perto de Groningen. No dia seguinte, resolvi todos os meus problemas: consegui arrumar a bicicleta (eles arrumaram tudo, mas só me cobraram um parafuso: €3), comprei um novo cabo pro meu laptop e 12:30 já estava a caminho da Alemanha.

Atravessei a fronteira cerca de 17:00, e antes de atravessar acabou a bateria do meu GPS, então eu não sabia se estava ainda na Holanda ou já na Alemanha. Tenho certeza de que na estrada para carros há placas indicando a fronteira, mas o caminho de bicicletas estava separado dos carros por fazendas, por isso não vi nenhuma, e como é uma área rural é difícil saber.

Soube que já não estava mais na Holanda quando comecei a pedir Informação e não conseguia encontrar alguém que falasse inglês, então tive que parar num bar, recarregar meu GPS e pedalar até Leer, onde dormi minha primeira noite na Alemanha.

Em Leer meu anfitrião foi o Markus, um membro do CouchSurfing que me recebeu em seu apartamento por uma noite. A propósito, eu acho fantástico a idéia do CouchSurfing, e durante minha viagem serei um membro bem ativo do site (Se você não sabe o que é o CouchSurfing click aqui)

No dia seguinte pedalei de Leer até uma vila chamada Wüsting, parte da cidade de Oldenburg, onde permaneci o final de semana com Suzanne, também uma nova amiga do CouchSurfing. De lá, pedalei até Rotenburg, onde dormi uma noite numa “vila” (casa) enorme cheia de quartos e jardins de um pessoal muito gente boa. Cheguei a Uelzen sem um lugar pra dormir, a pessoa que iria me hospedar teve que declinar. Eu estava tão cansado para acampar, mas esta seria a opção, não fosse pelo nobre coração do pessoal de uma igreja Luterana, no centro da cidade, que me providenciaram um quarto para passar a noite.

Hoje estou dormindo numa vila chamada Wustermark, no apartamento de um casal super simpático, sou o primeiro hospede do CouchSurfing a passar por aqui, disseram ter ficado surpresos quando enviei a solicitação, já que é uma vila pequena e não muito longe de Berlin. O rapaz já morou no Brasil e ainda fala português (de gringo), eles têm uma TV fantástica, a maior e melhor TV que já vi na vida. Fomos dormir às 02:30 da manhã, depois de tanto conversar e fuçar na TV.

Então era isso. Por agora só posso dizer que estou feliz, empolgado e esperando o que vem pela frente.

Abraço a todos e até mais..

Wednesday, May 8, 2013

Amsterdam - Holland

--Logo abaixo há uma versão em português--

At the end of 2008 a conflict in the Middle East received a huge amount of media coverage, this made me realize that all the terminology related to the region had always confused me: I used to listen to the news, never knowing whether the terms being used were political, religious, or historical references. So I decided to do something about it and between Christmas and New Year I started researching as much as I could about the Middle East.

This led to me being able to fully understand what I was hearing on the news, as well as falling in love with the culture of the region. I decided that no matter what, one day I would visit the Middle East. However, knowing that sometimes plans and dreams are just blown away by the wind, I decided to set a date and May 2013 was established as the beginning of my trip.

Throughout the year of 2009 I kept the conviction that this trip would happen, but it changed completely from its first format. At first this trip was going to be a backpacking through the Middle East, then Africa was also included, and so I would travel through the Middle East, then visit Africa and finally come back to Europe.

Then came an event which completely changed my plans. I used to talk to people about my trip and one day, I was talking about it with a nice lady that I worked for, "mevrouw" Naomi. She said she had also had an adventure when she was young: she went from Holland to Finland by bike. She then showed me some black and white pictures of her trip which included camping, fishing, and cycling dozens of kilometers per day.

For me that was just wonderful but at the same time too crazy.

How could I travel by bike, if I'm not a huge bike fan, I have no physical preparation, and maybe I'm not that crazy? All these questions started to arise but the idea of experiencing something that amazing started to speak louder: "If a normal lady can be as crazy as it needs to be, so can I".

When it comes to bikes Dutch people differ a lot from Brazilians. Bikes are just part of their lives, actually they seem to be part of their bodies. In Brazil cycling isn't that popular, maybe because of the weather, topography, or lack of infrastructure, so the idea of bicycle touring is unthinkable there.

“Really?” That was what I thought until I found the amazing book "No Guidão da Liberdade" (something like: On the handlebars of freedom) written by a Brazilian guy who took 3 and a half years to travel all around the world. Antonio Olinto's book has inspired many people to overcome their fear and set off to live the dream of having the wonderful adventures and experiences he describes in his book.

So I became fascinated by the idea of traveling by bike and that was how my 2013 backpacking trip became a bike tour that will take me back to my beloved Brazil.

With the kind help from my new friend Olinto in these last few months, as well as other nice people that have crossed my path, I've been able to learn a lot and to prepare this trip. Of course, there is no preparation that can replace learning through experience, and that's what I'm counting on, even though I don't feel ready (or crazy enough) at the moment, I hope to be improving day by day.

My major goals for this adventure are: to learn as much as possible from this experience, to get to know new people and cultures, and of course to visit places I've always wanted to go.

Life is what we make it, and sometimes we lose so much just because of the fear that prevents us from trying.

I really want to have the most amazing experience of my life, and even though I have my fears, ghosts, and limitations I’m convinced I have nothing to lose and so much to gain.

What makes me glad is that there are so many people supporting me, sending me their positive energy and hoping that I succeed in this trip. Loneliness definitely won’t be a problem either, I have my family, my friends and a lot of people traveling with me via the internet, and of course God’s companionship along the way.

So today I start to live a new life with my bike, my tent, and a new meaning of the word freedom, and what doesn't get written on this blog, I promise to tell you in details when we meet again, in this life or in the next...


Amsterdam - Holanda

No final de 2008, um conflito no Oriente Médio recebeu uma grande cobertura da mídia, o que me fez perceber como aquela terminologia relacionada à região sempre me confundiu. Eu costumava ouvir no noticiário aqueles termos, nunca sabendo se eram referências políticas, religiosas ou históricas. Foi então que decidi por um ponto final naquilo, e entre o Natal e Ano Novo pesquisei tudo o que pude encontrar sobre o Oriente Médio.

O resultado disso foi que eu não só passei a entender completamente o que ouvia no noticiário, mas também me apaixonei pela cultura da região. Decidi que algum dia visitaria o Oriente Médio. Mesmo sabendo que às vezes planos e sonhos simplesmente se perdem no vento, decidi estabelecer uma data e o longínquo maio de 2013 foi estabelecido como o começo de minha viagem.

Durante o ano de 2009, mantive a convicção de que essa viagem aconteceria, mas ela acabou mudando completamente o formato inicial. A princípio a viagem seria um mochilão pelo Oriente Médio, depois a África também foi incluída. Eu viajaria pelo Oriente Médio, África e voltaria para a Europa.

Foi então que meus planos mudaram totalmente. Eu costumava comentar com as pessoas sobre minha viagem, e um dia falando sobre isso com uma senhora pra quem trabalhava, senhora Naomi, ela me contou que também havia vivido uma grande aventura quando era jovem: foi da Holanda até a Finlândia de bicicleta. Me mostrou as fotos em preto e branco da viagem, que incluía acampar, pescar e pedalar dezenas de quilômetros por dia.

Para mim aquilo era algo fantástico, mas, ao mesmo tempo, coisa de louco.

Como eu poderia viajar de bicicleta se não sou nenhum fã de bicicleta, não tenho preparo físico e talvez não seja assim tão louco!? Todas essas perguntas começaram a surgir, mas a ideia de viver algo tão fantástico começou a falar mais alto: "Se uma senhora normal pode ser louca o suficiente pra fazer isso, eu também posso"

Tratando-se de bicicletas, holandeses são muito diferentes de brasileiros. Bicicleta é parte da vida deles, na verdade parece ser uma extensão do corpo. No Brasil, andar de bicicleta não é assim tão popular, talvez por conta do clima, topografia ou a falta de infraestrutura. Então a ideia de viajar de bicicleta é impensável lá.

Será mesmo? Isso era o que eu pensava até encontrar o incrível livro "No Guidão da Liberdade" escrito pelo paranaense Antônio Olinto (www.olinto.com.br), que deu a volta ao mundo de bicicleta em três anos e meio. O livro do Olinto já inspirou muitas pessoas a superarem o medo e partir rumo ao sonho de viver as maravilhosas aventuras e experiências que ele descreve em seu relato.

Fiquei fascinado com a ideia de viajar de bicicleta, e foi assim que meu mochilão 2013 virou essa viagem de bicicleta que irá me levar de volta ao meu amado Brasil.

E com a gentil ajuda de meu novo amigo Olinto nesses últimos meses, assim como outras pessoas, gente boa, que cruzaram meu caminho, consegui aprender muitas coisas e preparar essa viagem. É claro que não há preparação que possa substituir o aprendizado da prática, e é com isso que estou contando. Mesmo que não me sinta pronto (ou louco o suficiente) espero estar melhorando dia após dia.

Minhas maiores metas para essa viagem são: aprender o máximo possível com essa experiência, conhecer novos povos e culturas e, é claro, visitar lugares que sempre quis conhecer.

A vida é o que nós a tornamos e, às vezes, perdemos tanto apenas pelo medo de não tentar. Eu realmente quero viver a maior experiência da minha vida, e mesmo que eu tenha os meus medos, fantasmas e limitações, estou convencido de que não tenho nada a perder, mas muito a ganhar.

E o que me deixa muito feliz é saber que tem muita gente me apoiando, me enviando energia positiva e desejando que eu me dê bem nessa viagem. É por isso que solidão não será um problema, tenho minha família, meus amigos e muitas pessoas viajando comigo via internet, e claro a companhia de Deus durante todo o percurso.

Então hoje começo a viver uma nova vida, com minha bicicleta, minha barraca e um novo significado para a palavra liberdade. E o que não for escrito nesse blog prometo contar para vocês em detalhes em nosso próximo encontro, nessa ou na outra vida...