Thursday, May 1, 2014

Vietnam and Laos


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Ho Chi Minh City was my first stop after entering Vietnam. The city once called Saigon, was the capital of South Vietnam and had its name changed when the war was over and the country was reunified.

I got there in the rush hour and was totally amazed by the number of motorcycles. I had heard about the motorcycles, but since I had already seen a lot in India, Thailand and Cambodia I didn’t think it would be much different, but I was wrong!

There was a sea of motorcycles, they were everywhere and in their hundreds. Stopping at the traffic light there was no way that my bike and I would not draw attention, we were a foreign body in that sea.

Ho Chi Minh City is the largest city in Vietnam, and it really surprised me as I wasn't expecting to see such a modern city. There I had a CouchSurfing host, she was an English teacher now teaching in Vietnam. Together we visited the Cu Chi tunnels, the network of tunnels used by the Viet Cong during the war of Vietnam, or as it’s called here, the America war.

Another nice person I met in the city was a Vietnamese guy who had been following my trip since last year. When I said I was coming to Vietnam he contacted me and we agreed to meet up, we had lunch together and it was nice. That was the second time I met a virtual friend during this trip.

Heading north I was sure I would always find a place to sleep since there were many churches by the road, but this wasn't the case, since Vietnam is still a communist country, the government wants to keep an eye on foreigners, so wherever you sleep, at a hotel or a friend’s home, you must be registered with the police.

So I ended up using my own hotel most of the time, but was lucky enough to find some churches on the way that provided me with a place to sleep, I don’t know whether they didn't know the rules or whether  the desire to help came first.

I met many travelers on the road traveling by motorcycle. Something very popular among the backpackers in Vietnam is to buy a motorcycle, ride from Ho Chi Minh City to the capital Hanoi, and then sell it there.

I also met a few bike travelers. One day as I was cycling, a cyclist couple caught up with me, so we continued cycling together for a while. The man asked where I was from, when I said Brazil he started speaking Portuguese and said: If you want we can speak Portuguese! Wow that was a surprise, in the Vietnamese countryside I had found someone who could speak Portuguese.

I asked where they were from and when he said Holland it was my turn to surprise him, I started to speak Dutch and said: if you want we can also speak Dutch! We both laughed. Nice road meetings!

I stopped to visit and rest in Nha Trang, Hoi An and Hue. In the big cities there was no chance to have a place to sleep in the churches, they were always very concerned about the police. So I used to leave my bike and things at a church during the day and pick it up and go to find a place to camp in the evening.

It was impossible not to enjoy the landscape along the way, endless green fields of rice. Once I took the opportunity to stop my bike and enter the field, walking around with local people who were harvesting.

Vietnam ended up being the only country where I didn’t visit the capital. My original plan was to cycle as far as Hanoi but since I had changed my route and decided to visit Laos as well and to end in China, I could cycle only half of the country. From Hue I started heading to the border and crossed to Laos at Lao Bảo.

I arrived in Laos on the third and last day of the festival of Lao New Year, and couldn't avoid being welcomed by water on the road; people throw water at each other as part of the celebration.

When I entered the country I had some trouble with money. I was sure it wouldn't be difficult to find a place to exchange money after crossing the border, but in contrast to other countries, there was no city at the border. It took me two days to see the first ATM and find a bank that could help me.

Laos is a place where life still goes on very slowly, 70% of the population live in the rural areas and even the capital, Vientiane has retained some traces of a small town. Internet is only in the big cities, asking in a restaurant if they had Wi-Fi always sounded like a joke.

The country is the most heavily bombed country in history. During the Vietnam War the United States dropped more bombs in Laos than all the bombs dropped during the World War II combined, there still being an endless number of unexploded artefacts that from time to time claim someone as their victim. That was always a concern of mine, I always tryed not to camp far from the road.

Confronted with consistently hot days, it took me more than a week to reach Vientiane,

In Vientiane I took time to rest, go sightseeing and to go about my principal mission in the city: to get my Chinese visa. I had read online how hard it could be to get a Chinese visa, and that even if you managed to get all the required paperwork they could still make your life difficult if they wanted to.

My idea was to apply for the visa in Vientiane and, in the event that it was denied, to go by bus to Hanoi or Bangkok to try again. But fortunately everything went well. A tourist agency made the flight and hotel bookings (cancelled afterwards) for me and with the papers I had I went to the embassy. I didn't have everything that was asked for on the internet, but the guy checked the papers I had, gave me a form to fill in and when I was ready he took everything and gave a paper with which to pay. Three days later I had my visa. As simple as that!

Even though the northern part of Laos is amazing with great landscape, I decided I wouldn't face its very tough hilly area, so I took a bus from Vientiane to Luang Nathan, the distance was about 700 km but due to the hilly area and bad road conditions it took 23 hours to cover.

From Luang Nathan I cycled the last 55 km to the border and from Boten I crossed to China, my final destination in Asia and probably my last stop before heading home.

So China, here we are!

Vietnã e Laos

A cidade de Ho Chi Minh foi minha primeira parada depois de entrar no Vietnã. A cidade, outrora chamada de Saigon, foi a capital do Vietnã do Sul e teve seu nome mudado quando a guerra acabou e o país foi reunificado.

Cheguei lá na hora do rush e fiquei impressionado com o número de motocicletas. Eu tinha ouvido falar sobre as motocicletas, mas como já tinha visto muitas na Índia, Tailândia e Camboja pensei que não seria muito diferente, mas eu estava errado!

Aquilo era um mar de motos, elas estavam por toda parte e às centenas. Parando no semáforo, não havia forma de minha bicicleta e eu não chamarmos atenção, éramos um corpo estranho naquele mar.

Ho Chi Minh é a maior cidade do Vietnã, e realmente me surpreendeu já que eu não estava esperando ver uma cidade tão moderna. Lá eu tive uma anfitriã do CouchSurfing. Ela era uma professora de Inglês agora ensinando no Vietnã. Juntos visitamos os túneis de Cu Chi, a rede de túneis usados ​​pelos Viet Congs durante a Guerra do Vietnã, ou como é chamado aqui, a Guerra da América.

Outra pessoa bacana que conheci na cidade foi um jovem vietnamita que segue minha viagem desde o ano passado, quando eu disse que estava vindo para o Vietnã, ele entrou em contato e combinamos de nos encontrar, almoçamos juntos e foi bem bacana. Essa foi a segunda vez que encontrei um amigo virtual durante esta viagem.

Seguindo rumo ao norte eu tinha certeza de que sempre encontraria um lugar para dormir, uma vez que havia muitas igrejas pela estrada, mas não foi o caso. Como o Vietnã ainda é um país comunista, o governo quer sempre manter um olho nos estrangeiros, por isso onde quer que se durma, em um hotel ou casa de um amigo você precisa ser registrado na polícia.

Assim acabei usando meu próprio hotel na maioria das vezes, mas ainda assim tive sorte de encontrar algumas igrejas no caminho que me forneceram um lugar para dormir. Não sei se eles não conheciam as regras ou o desejo de ajudar era maior.

Encontrei muitos viajantes na estrada viajando de motocicleta. Algo muito popular entre os mochileiros no Vietnã é comprar uma motocicleta e dirigir de Ho Chi Minh a capital Hanói, e depois vendê-la por lá.

Também encontrei alguns viajantes de bicicleta. Um dia estava pedalando quando um casal de ciclistas me alcançou. Então pedalamos juntos por algum tempo. O homem perguntou de onde eu era, quando eu disse que era do Brasil ele começou a falar Português e disse: se você quiser podemos falar Português! Uau, que surpresa, encontrar no interior do Vietnã alguém que falava Português.

Perguntei de onde eram e quando ele disse Holanda daí foi a minha vez de surpreendê-lo, comecei a falar holandês e disse: se você quiser também podemos falar holandês! Nós dois rimos. Belos encontros de estrada!

Parei para visitar e descansar em Nha Trang, Hoi An e Hue. Nas grandes cidades não havia chance de ter um lugar para dormir nas igrejas, eles tinham sempre a preocupação com a polícia. Então eu deixava minha bicicleta e as coisas em uma igreja durante o dia e pegava de volta no fim da tarde e ia encontrar um lugar para acampar.

Era impossível não apreciar a paisagem ao longo do caminho, intermináveis ​​campos verdes de plantio de arroz. Em uma oportunidade parei a bicicleta e entrei na plantação, seguindo as pessoas locais que faziam a colheita.

O Vietnã acabou sendo o único país em que não visitei a capital. O meu plano original era pedalar até Hanói, mas como mudei minha rota e decidi que visitaria também o Laos e terminaria na China, acabei pedalando apenas metade do país. De Hue segui para a fronteira e cruzei para o Laos em Lao Bảo.

Cheguei no Laos no terceiro e último dia do festival de Ano Novo Lao, e não pude evitar algumas boas-vindas com água na estrada, as pessoas jogam água umas nas outras como parte da celebração.

Quando entrei no país tive alguns problemas com dinheiro. Eu tinha certeza de que não seria difícil encontrar um lugar para trocar dinheiro depois de cruzar a fronteira, mas diferente de outros países, não havia nenhuma cidade na fronteira, levei dois dias para ver o primeiro ATM e encontrar um banco que pudesse me ajudar.

O Laos é um lugar onde a vida ainda segue muito lenta. Setenta por cento da população vive nas zonas rurais e até mesmo a capital Vientiane mantém alguns traços de cidade pequena. Internet só nas grandes cidades, perguntar em um restaurante se eles tinham Wi-Fi sempre soava como piada.

O país é o mais bombardeado da história. Durante a Guerra do Vietnã, os Estados Unidos lançaram mais bombas no Laos do que todas as bombas lançadas durante a Segunda Guerra Mundial, tendo ainda uma infinidade de artefatos não detonados que de vez em quando vitimam alguém. Isso sempre foi uma preocupação, estava sempre evitando acampar longe da estrada.

Levei mais de uma semana para chegar a Vientiane, enfrentando sempre dias muito quentes.

Em Vientiane tirei tempo para descansar, passear e para minha missão mais importante na cidade: obter meu visto chinês. Eu tinha lido online o quão difícil podia ser para conseguir o visto, e apesar de toda a papelada pedida eles ainda poderiam fazer sua vida difícil se quisessem.

Minha ideia era solicitar o visto em Vientiane e caso fosse negado eu iria de ônibus até Hanoi ou Bangkok e tentaria novamente. Mas, felizmente correu tudo bem. Uma agência de turismo fez pra mim algumas reservas de hotéis e vôos (canceladas depois) e com os papéis que eu tinha fui até a embaixada. Eu não tinha tudo que era pedido na internet, mas o cara verificou os papéis e me deu um formulário para preencher e quando terminei me deu um boleto para pagar. Três dias depois eu tinha meu visto. Simples assim!

Mesmo que a parte norte do Laos seja incrível com uma bela paisagem, eu decidi que não iria enfrentar essa dura área montanhosa. Peguei um ônibus de Vientiane a Luang Nathan, a distância era de cerca de 700 km, mas devido à área montanhosa e as condições ruins da estrada a viagem levou 23 horas.

De Luang Nathan pedalei os últimos 55 km até a fronteira e de Boten atravessei para a China, meu destino final na Ásia e provavelmente minha última parada antes de seguir para casa.

Então China, aqui estamos nós!